quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Biggs, o ladrão do século

Morreu hoje Ronald Biggs - os mais velhos vão conhecer melhor.

Ele ficou conhecido como "o ladrão do século" pelo envolvimento no famoso assalto ao trem pagador que fazia a rota entre Glasgow, na Escócia e Londres, na Inglaterra.

O assalto foi digno de cena de filme.

Era o dia do aniversário de Biggs.

A quadrilha, de 17 homens, fez o trem parar com um sinal vermelho falso.

Então atacaram o condutor, desengancharam a locomotiva e descarregaram o dinheiro.

Algumas contas indicam que é o correspondente a cerca de 158 milhões de reais.

Ele chegou a ser preso após o roubo, ficou detido por 1 ano e dois meses e então fugiu de forma espetacular da prisão, pulando o muro com uma corda de pano!

E aí percorreu o mundo fugindo da justiça britânica e da Interpol.

Veio parar no Brasil, onde aproveitou o dinheiro e conseguiu ainda mais lançando filmes, livros, vendendo produtos com "sua marca".

Gravou clipe com o Sex Pistols, fez filme com o José Wilker.

Até o filho ficou famoso, foi integrante da Turma do Balão Mágico!

Ele se entregou à polícia britânica em 2001.

Sensacional, certo?!

Alguns detalhes com menos glamour nessa história.

Biggs disse não ter se arrependido de ter participado do golpe, porque conseguiu "um pequeno lugar na história".

Quem diz isso parece nem se lamentar por ter atacado o "condutor", uma figura pouco mencionada na história.

Foi Biggs quem o atacou e o deixou com sequelas graves. O condutor morreu seis anos depois do assalto.

Da família do condutor, pouca gente se lembra, provavelmente.

Porque o importante é ganhar junto com a história.

Porque "sensacional" desse jeito rende ainda mais dinheiro - não só pra Biggs, mas pra quem se aproveita.

Mas talvez nós mesmos tenhamos ajudado a alimentar a fama de Biggs.

(não vale criticar o post por isso, porque ele já morreu e não ganha mais com isso e o objetivo aqui é só fazer pensar e não ganhar dinheiro).

É o mesmo que assitir Piratas do Caribe e torcer pro Jack Sparrow. Torcemos pelo ladrão, porque ele é legal, cool, e não um boboca que trabalha pra polícia.

Você torce pelo ladrão?

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Fale bonito, conquiste o mundo!

“Como fazer amigos e influenciar pessoas”,  “Como Conquistar Pessoas - Dicas para você Ampliar Suas Relações e Criar Laços Mais Gratificantes”,  “Como conquistar as mulheres brancas-  um guia para asiáticos”,  “Como convencer alguém em 90 segundos”, nada disso seria preciso se você soubesse falar difícil bonito. Como tudo na vida, nós nos impressionamos com a aparência das coisas, e não com as coisas de fato. O cara pode estar falando uma asneira sem tamanha, mas se usa palavras como “umbilicalmente ligado a nossa história”, “veja bem, eis a volúpia estimada vontade em agradar os outros!”,  você será conquistado, ou facilmente conquistará. Tá, tudo bem. Pode ser que você não se encante por esse tipo. Aliás não é preciso muito esforço para rejeitá-lo. Palavras bonitas sem conteúdo moldam o perfeito idiota, é o "bom-ar" no banheiro de qualquer campori.

A arte de se comunicar soluciona muitos problemas de nossa auto-estima e vida social. Aquele que se comunica bem tem amigos, tem assunto, consegue influenciar, tem poder. Alguns casos históricos- Quem não se lembra da célebre frase: “We have a dream”? Articulando textos bíblicos, realidade social e aspirações para o futuro ideal, Martin L. King continua emocionando o mundo com o seu discurso. A tragédia do século também foi erguida nos alicerces da palavra. Acaso foi só um homem o responsável pelo Nazismo? Qual foi o poder das palavras daquele para todo povo? Chaplin mergulhado em sua genialidade decifrou o momento histórico em que vivia, e no “Grande Ditador” satirizou exatamente o mecanismo violento de conquista das mentes pelo discurso hitlerista.

Faça um teste. Na faculdade, aposta entre grupos. O seminário era sobre água pura, alguém teria de citar uma palavra difícil que não tinha relação nenhuma com o tema. Todos a postos: começam as articulações. Como em todo seminário são dois de sessenta, os alunos que estão atentos ao trabalho apresentado. “É por isso que a terra do Norte, banhada pelo Amazonas, consegue sentir a pureza de suas águas, produzindo a volúpia necessária para um estilo de vida saudoso, feliz, profundamente saudável.” Sim. Aqui nem saudoso, nem volúpia tem relação com a água pura! Todos seguiram a apresentação normalmente, conquistando suas respectivas boas notas.

No espaço acadêmico, nos papéis, livros, jornais, blogs, também encontramos problemas parecidos. Sabe? Aquela enchida de linguiça que só você sabe dar? Como quem te escreve nesse momento. Precisava de um parágrafo sobre a escrita, se o título é "fale bonito"?? Não estou nem aí. Tem uma máxima que um dia vi no curso de história, não me lembro muito bem de onde, dizia: "Domina o assunto que as palavras virão." Poderia acabar assim. Falei bonito.

Você não tem noção do poder de suas palavras. A forma com que as pronuncia pode conquistar, pode criar rejeições. Você pode ser o asno da grupo, ou aquele em que todos confiam. Que as suas palavras sejam bonitas, pronunciadas da mais rica forma de conquista, mas sobretudo- que elas tenham algum sentido. 


"Paulinetti?!'


Geralmente feita depois do pôr-do-sol do sábado, era uma pergunta-convite.

Uma interrogação quase afirmativa, porque não havia condicional, além da vontade.

A referência é à Rua Andrea Paulinetti, endereço do ponto de encontro de pessoas tão diferentes como iguais.

A pizza, o suco e o refrigerante eram coadjuvantes nos encontros de jogos e conversas - não necessariamente nessa ordem.

O assunto nunca era definido, era apenas assunto. Sem pontos finais na maioria das vezes.

Mas a pergunta passou a ficar menos constante, por motivos variados, especialmente as mudanças.

Alguns para o interior do estado, outros para outro estado (geográfico, civil, de espírito, todas as alternativas estão corretas).

Hoje a "Paulinetti" é onde dá. 

Onde é possível. Quando é possível. Como é possível. Com quem é possível...

Esse blog é uma tentativa de continuar a Paulinetti. 

Porque é possível.

Mas certamente não é diferente.

Aqui estão apenas alguns dos frequentadores. Talvez outros apareçam.

E o assunto pode mudar.

E o que acontecer é o que importa.

Bem-vindo à Paulinetti!